Em reedição da final do Taiti, australiano embolsa prêmio recorde. Alejo vai ao pódio; Medina e Pupo reforçam o Brasil na elite até o fim da temporada
Uma onda estreante e desacreditada fez Kelly Slater se calar. Pessimista antes de chegar ali, o maior surfista de todos os tempos foi surpreendido pelas esquerdas de Long Beach, em Long Island, agitadas e perfeitas após passagem do furacão Kátia. Como castigo, elas ajudaram o australiano Owen Wright a conquistar sua primeira vitória na carreira. Numa reedição da final de Teahupoo, deu o troco e faturou um prêmio recorde na história do surfe: US$ 300 mil (cerca de R$ 500 mil) - quatro vezes maior do que o do Taiti. Em uma pouco Nova York pouco acostumada a campeonatos de surfe, o australiano ergueu um troféu inspirado na Estátua da Liberdade. Novato na elite, o brasileiro Alejo Muniz chegou às semifinais pela primeira vez. Jadson André e Heitor Alves pararam nas quartas.
A partir do dia 18, em Trestles, na Califórnia, o Brasil terá o reforço de outros dois calouros: Gabriel Medina e Miguel Pupo. Medina, de 17 anos, é o mais jovem surfista a se classificar para a elite do surfe. Os americanos Bobby Martinez e CJ Hobgood – campeão do mundo em 2001 - e o havaiano Fred Patacchia se despedem.
E como Kátia iria embora na tarde de sexta-feira, o jeito foi correr com o campeonato. Na primeira bateria do dia, reclamações dos brasileiros. Jadson André foi eliminado por Taj Burrow em um duelo polêmico, com notas especialmente altas para o australiano. No confronto verde-amarelo, Alejo Muniz levou a melhor sobre Heitor Alves e se garantiu nas semifinais.
A três minutos do fim, remou para mais uma esquerda e, quando pensava-se que viria outra queda, ele acertou um aéreo com perfeição. Apressou-se em mostrar que tinha completado a manobra. Levantou-se com os braços abertos, como Jesus Cristo. Nota 10,00. Para o público, um “Amém”.
- Só pensava: “Não acredito. Consegui!” – disse Slater.
Alejo voltou à água e parou nas semifinais, contra Owen. O aussie deslizou nas esquerdas e ganhou 7,17 e 6,90 nas duas melhores ondas. Alejo tinha 6,93. Arriscou um lindo aéreo, mas caiu da prancha. Owen ainda trocou a nota mais baixa.
Se Slater era só sorrisos antes da final, o australiano saiu da água de cara fechada, concentrado. Teve meia hora para descansar. Voltou ao mar e saiu na frente com um belo aéreo – nota 7,00. Três minutos depois, rasgou uma esquerda e a finalizou com outro aéreo para tirar 9,23 e deixar Slater em combinação.
A situação piorou quando Owen trocou a mais baixa por 8,60. O carequinha precisaria de 17,83 pontos. A 18 minutos do fim, a torcida começou a gritar. Foi quando Slater enfim pareceu voltar à briga. Foi uma longa esquerda que começou com um lindo floater: nota 8,00 e adeus combinação. Mas ainda faltava um 9,83.
A partir do dia 18, em Trestles, na Califórnia, o Brasil terá o reforço de outros dois calouros: Gabriel Medina e Miguel Pupo. Medina, de 17 anos, é o mais jovem surfista a se classificar para a elite do surfe. Os americanos Bobby Martinez e CJ Hobgood – campeão do mundo em 2001 - e o havaiano Fred Patacchia se despedem.
Owen voa para a primeira vitória na carreira York (Foto: AP) |
Slater segue no topo do ranking, mas Owen fica em seu cangote na briga pelo caneco da temporada. Após Trestles, o Circuito vai para França, Portugal, depois volta aos Estados Unidos (etapa móvel, em San Francisco) e termina no Havaí.
O recorde de premiação no surfe pertencia à etapa carioca deste ano. Lá, Adriano de Souza , o Mineirinho, faturou US$ 100 mil (quase R$ 170 mil) pelo título. Em Nova York, o paulista parou na quinta fase, diante de Jadson André. Owen foi o carrasco de Alejo nas semifinais.
O recorde de premiação no surfe pertencia à etapa carioca deste ano. Lá, Adriano de Souza , o Mineirinho, faturou US$ 100 mil (quase R$ 170 mil) pelo título. Em Nova York, o paulista parou na quinta fase, diante de Jadson André. Owen foi o carrasco de Alejo nas semifinais.
Owen recebe o troféu e o cheque em Nova York (Foto: AP) |
- Sempre quis estar numa final com Kelly. Consegui na semana passada em Teahupoo. Obrigado, Long Beach. O que foram essas ondas? Obrigado pelos US$ 300 mil - disse Owen, no pódio.
O furacão Irene passou por Nova York uma semana antes, mas Kátia apareceu para dar uma ajudinha. Não fosse isso, as ondas em Long Beach não teriam beirado a perfeição.E como Kátia iria embora na tarde de sexta-feira, o jeito foi correr com o campeonato. Na primeira bateria do dia, reclamações dos brasileiros. Jadson André foi eliminado por Taj Burrow em um duelo polêmico, com notas especialmente altas para o australiano. No confronto verde-amarelo, Alejo Muniz levou a melhor sobre Heitor Alves e se garantiu nas semifinais.
Slater nas quartas de final em NY (Foto: ASP) |
Kelly Slater abriu o dia eliminando Josh Kerr, destaque da véspera, e depois deteu outro australiano voador - Taj Burrow -, com direito a uma nota 10,00 e muita comemoração.
Taj abriu com 9,30; Kelly devolveu com 9,07, mas o australiano arrancou 7,90. O americano acelerou em uma onda, entrou e saiu do tubo, deu um aéreo, mas errou o pouso. Nas duas ondas seguintes, caiu de novo. Precisava de uma cartada que lhe rendesse 8,04.A três minutos do fim, remou para mais uma esquerda e, quando pensava-se que viria outra queda, ele acertou um aéreo com perfeição. Apressou-se em mostrar que tinha completado a manobra. Levantou-se com os braços abertos, como Jesus Cristo. Nota 10,00. Para o público, um “Amém”.
- Só pensava: “Não acredito. Consegui!” – disse Slater.
Alejo voltou à água e parou nas semifinais, contra Owen. O aussie deslizou nas esquerdas e ganhou 7,17 e 6,90 nas duas melhores ondas. Alejo tinha 6,93. Arriscou um lindo aéreo, mas caiu da prancha. Owen ainda trocou a nota mais baixa.
Se Slater era só sorrisos antes da final, o australiano saiu da água de cara fechada, concentrado. Teve meia hora para descansar. Voltou ao mar e saiu na frente com um belo aéreo – nota 7,00. Três minutos depois, rasgou uma esquerda e a finalizou com outro aéreo para tirar 9,23 e deixar Slater em combinação.
A situação piorou quando Owen trocou a mais baixa por 8,60. O carequinha precisaria de 17,83 pontos. A 18 minutos do fim, a torcida começou a gritar. Foi quando Slater enfim pareceu voltar à briga. Foi uma longa esquerda que começou com um lindo floater: nota 8,00 e adeus combinação. Mas ainda faltava um 9,83.
Slater dá um abraço em Owen (Foto: asp) |
Slater tinha 14 minutos. Conseguiu 6,53. Owen descartou um 7,10 e, a cinco minutos do fim, deu uma batida forte em mais um show. A torcida americana não ousou desapontá-lo. Aplaudiu. E muito. Nota 8,67. Slater, então, passou a buscar 9,90. Tentava repetir o feito das semifinais. Entrou em uma onda pequena, acelerou, arriscou um aéreo, mas caiu. A prancha quebrou. E o cronômetro zerou.
- Estou feliz pelo Owen, primeira vitória. Feliz por estar na costa leste. Obrigado a todos que vieram aqui - disse Slater, no pódio, com o cheque de US$ 100 mil (cerca de R$ 170 mil).
- Estou feliz pelo Owen, primeira vitória. Feliz por estar na costa leste. Obrigado a todos que vieram aqui - disse Slater, no pódio, com o cheque de US$ 100 mil (cerca de R$ 170 mil).