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domingo, 31 de julho de 2011

Rafinha deixa saudades

Rafael Paiva e Stephan Figueiredo. Foto: Arquivo pessoal Stephan Figueiredo.
É sempre muito difícil receber a notícia da morte de uma pessoa, principalmente quando trata-se de um amigo.

Uma triste notícia chocou muitos membros da comunidade do surf nesta manhã. Não acreditei quando acessei o Facebook e dei de cara com um post de Caio Ibelli. "Luto ao meu amigo Rafael Paiva, sangue bom, de bem com vida...".




Quando vi o nome Rafael Paiva, já fiquei assustado. Sabia que Caio conhecia Rafinha, pois ficaram hospedados juntos numa casa alugada por Stephan Figueiredo na última temporada havaiana.

Torcia para que fosse outra pessoa com o mesmo nome, mas fui conferir a página de Rafael no Facebook e vi várias mensagens de amigos dando adeus a ele.

Fiquei em choque, sem acreditar no que estava lendo. Um cara jovem, saudável, bom surfista, brincalhão... Sei que isso acontece o tempo inteiro em vários cantos do mundo, mas é difícil a gente lidar com essas perdas.

Imediatamente liguei para o meu grande amigo Rick Lopes, um dos principais locutores de eventos de surf no Brasil, para saber o que aconteceu, já que Rick e Rafinha eram muito amigos e torcedores fanáticos do Fluminense. Pelo que Rick me falou, Rafinha sofreu um acidente fatal de moto em Bali, Indonésia.

Rafinha era muito carismático e vai fazer muita falta. Tive a oportunidade de conhecê-lo em dezembro, no North Shore, mas parece que o conhecia há anos. Quem acompanhou a cobertura da temporada havaiana no Waves e as brincadeiras da galera no Facebook sabe o quanto o último inverno foi divertido.

Ele estava sempre com a galera do Rio de Janeiro e era uma figura ímpar. Caía em Pipeline e Waimea bombando, pegava umas ondas, tomava umas vacas pesadas, zoava a galera na areia, curtia as nights em Honolulu. Enfim, teve uma grande participação em nosso dia-a-dia no Hawaii.

Lembro de um vídeo que fiz em Waimea River, no primeiro dia do ano. Rafinha e Felipe Cesarano, o "Gordo", perderam a prancha surfando em um mar pequeno e passaram por um verdadeiro perrengue no resgate. Foi uma comédia!

Também me recordo de uma noite em que a galera invadiu meu Facebook e só fui saber quando estava a caminho de uma night em Honolulu. Rafinha encheu meu saco do North Shore até a festa e eu já estava quase batendo nele! Aquele gostava de tirar uma onda com os amigos...

Teve ainda um desafio de bodyboarding que a galera do Rio fez no Shore Break de Waimea. Habilidoso, Rafinha venceu todo mundo nas fechadeiras.

Estivemos juntos quase todos os dias, já que eu estava sempre com Dennis Tihara, que também estava hospedado na casa de Stephan, melhor amigo de Rafinha. Fico aqui imaginando como deve estar "Fun" agora... Se eu, que conheci Rafinha há menos de um ano, estou abalado, imagina ele.

Fica aqui uma homenagem a um cara intenso, cheio de energia, que trouxe muitas felicidades a todos que tiveram a oportunidade de conhecê-lo. Que Deus cuide bem desse grande ser humano e conforte sua família e amigos.

Boas ondas no céu, Rafinha! Até breve, irmão.
fonte: Waves.

Nathan Webster bate Fábio Gouveia e conquista o título do Mundial Master

Australiano vence o surfista brasileiro pelo placar de 14.50 a 10.75 na final

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
surfe fabio gouveia Grand Masters (Foto: Divulgação asp)
Fábio Gouveia representa o Brasil na decisão, mas
perde para o australiano (Foto: Divulgação ASP
Após dias de domínio de Victor Ribas, Nathan Webster estragou a festa brasileira no Mundial Master. Neste domingo, o australiano derrotou Fábio Gouveia na final pelo placar de 14.50 a 10.75 e levou o título da competição. Ribas e Peterson Rosa dividiram a terceira colocação.
surfe nathan webster grand masters (Foto: Divulgação asp)
Nathan Webster! leva o mundial.
Com a garrafa na mão, Nathan Webster comemora o título do Mundial Masters (Foto: Divulgação asp)
Até então invicto com cinco vitórias, Victor Ribas parou na semifinal, mais de um ponto atrás do australiano. Webster conseguiu 13.50 no somatório, contra 12.40 do brasileiro. Na outra chave, Fábio Gouveia foi bem melhor do que o compatriota. Com 12.00 contra 7.15 de Rosa, o surfista se credenciou para a decisão.
No Grand Master, o havaiano Michael Ho, invicto nas quatro primeiras baterias, caiu diante do australiano Simon Anderson e nem alcançou as semifinais. No fim, quem levou a melhor foi Iain Buchanan. Na decisão contra o australiano Wayne Bartholomew, o neozelandês conquistou o título com uma vitória muito apertada: 8.75 a 8.35 no placar.
    surfe ian buchanan Grand Masters (Foto: Divulgação asp)
    Iain Buchanan é carregado após conquistar o título na categoria Grand Masters (Foto: Divulgação asp)
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Confira a lista dos campeões do Mundial Master:
2011 Nathan Webster no Arpoador, Rio de Janeiro (RJ)
2003 Gary Elkerton (Aus) em Makaha Beach, Oahu, Havaí
2001 Gary Elkerton (Aus) em Bundoran, Irlanda
2000 Gary Elkerton (Aus) em Lafitenia, França
1999 Cheyne Horan (Aus) em Lafitenia, França
1998 Joey Buran (EUA) em Puerto Escondido, México
1997 Terry Richardson (Aus) em Cloudbreak, Tavarua Island, Fiji

Para Tom Curren, onda perfeita é conseguir reunir os quatro filhos

Tricampeão mundial fala sobre o cotidiano em família. Frank, Pat e Lee-Ann seguem a profissão do pai: 'Eles têm que achar os motivos deles para surfar'

Por Gabriele Lomba Rio de Janeiro
Tom Curren sempre esbanjou talento e economizou palavras. Para o surfista que ganhou o apelido de “Mr. Perfection”, a perfeição não pode ser resumida em uma pessoa ou mesmo em uma onda, mas sim em um número: o dois. Um número que faz parte de sua vida de modo peculiar. Dois de seus filhos - Frank e Patrick - moram com ele em Santa Bárbara, na Califórnia. Os outros dois estão longe - Nathan, em Nova York; Lee-Ann, em Biarritz, na França. São eles que fazem seus olhos ficarem mais azuis, e o sorriso, discreto, ameaçar até sair do esconderijo.
surfe Tom Curren (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)
Tom Curren veio ao Brasil para disputar o Master .
Frank e Pat, com 14 e 16 anos, começam a despontar nos campeonatos americanos. Nathan, de 19, quer estudar cinema. Lee-Ann, de 21 - nascida no período em que o surfista morou na França -, tenta voltar à elite do Circuito Mundial.
Tom Curren surgiu sob a sombra do pai, o big rider Pat. Remou rapidamente na direção de sua própria carreira, conquistou três títulos mundiais (1985, 1986 e 1990), se tornou ídolo dos que hoje são ídolos. Tudo o que não quer é pressionar os filhos. Sonha vê-los viajando, fazendo amigos ao redor do mundo e trabalhando no que escolherem. O que mais odeia? Decepções.

- Não tive muitas, por sorte.

Tom Curren, 47 anos, recebeu o GLOBOESPORTE.COM durante um intervalo do Mundial Master, no Rio de Janeiro. Confira abaixo a entrevista:


surfe Tom Curren (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)
Curren fala pouco e devagar (Foto: Alexandre Durão

/ Globoesporte.com)
GLOBOESPORTE.COM: Em 2005, na penúltima vez que você veio ao Brasil, trouxe os dois filhos mais novos. Eles não quiseram vir?
Tom Curren:
Nós viajamos bastante juntos, eles gostam, mas desta vez eu vim de Nova York. Fiquei dez dias lá e vim direto. Depois vou para casa.

Eles estão competindo?
Estão surfando bastante. É legal. Disputaram alguns campeonatos no ano passado. A temporada começou agora, temos que planejar os eventos que iremos, ainda estamos vendo.

Como é fazer uma viagem de surfe com os seus filhos?É muito divertido. Eles estão sempre muito ansiosos para surfar. Às vezes eu quero surfar, mas outras vezes...sabe como é... Aí eles falam: “Vamos, pai!”. Fui para a Indonésia no mês passado com o menor. Foi divertido. Pegamos ótimas ondas. Acho que vamos para o US Open semana que vem, a duas horas de casa. Depois eles vão começar as aulas, talvez iremos a um Pro Júnior na costa leste em setembro.

Alguns surfistas que competiram com você hoje treinam os filhos, como o Michael Ho (pai de Coco e Mason Ho). Você também é o treinador dos seus filhos?

Eu sou um pouco o treinador deles, mas eles começaram a treinar com um técnico de verdade agora. Vão começar a trabalhar não só a parte física, mas mental também. Mais do nunca, penso que eles são meninos, precisam se divertir. Muito em breve eles vão começar a trabalhar mais, em tudo. Têm que se dedicar mais na escola, nas competições. Talvez até arrumar um emprego enquanto não souberem o que querem fazer.

Surfe Tom Curren filhos 2005 (Foto: Rip Curl)
Esposa e filhos na última vinda ao Brasil (Rip Curl)

Você fica feliz por eles surfarem?
Fico orgulhoso. Eles surfam porque querem, não têm pressão minha. Eles têm que achar os motivos deles para surfar.

A melhor de todas as viagens da família?

Essa da Indonésia agora foi boa, no Havaí é legal, quando todo mundo está junto. Reunir todo mundo é difícil, pois cada hora um está em um lugar. Gostaria de fazer mais viagens assim. Talvez a melhor tenha sido na Califórnia mesmo, no último inverno (no hemisfério norte), quando todos estavam juntos. No ano passado estivemos juntos na Gold Coast.

Fale sobre seu outro filho, Nathan.
Ele está com 19 anos, vai começar a estudar em uma escola de cinema em Nova York, a escola de artes visuais. Está tentando. Ele está morando lá há três meses.

Surfe Tom Curren Michael Ho filhas (Foto: Arquivo pessoal)
Tom, Lee-Ann, Coco e Michael Ho (Foto:divulgação)

E a Lee-Ann? É difícil morar tão longe dela?
É um pouco difícil, mas nós nos vemos em lugares diferentes. Ela vai à Califórnia algumas vezes. A última vez que a vi foi na Austrália. Ela teve um problema no joelho, mas está melhor agora.

Você chegou a ver o documentário que ela fez para ajudar as crianças da favela do Titanzinho, em Fortaleza? (veja aqui)
Vi. Achei muito bom. Estou orgulhoso de ela estar num projeto desse.


Se você pudesse escolher, o que escolheria para o futuro dos seus filhos?
Que viajem bastante. Viajar é muito importante, descobrir novos lugares e ter amigos em todo o mundo. Sonho que eles façam algo que realmente amem e que consigam construir uma carreira nisso, não importa o que seja.

Ainda há algum lugar no mundo que você sonha conhecer?
Talvez Cuba e Índia. Gostaria... Nunca fui a esses lugares
surfe Tom Curren Mundial Master Arpoador (Foto: Kelly Cestari/ASP)
Você é o criador do conceito “The Search”, que deu origem a uma etapa do Circuito Mundial – a cada ano em um local, sempre com ondas perfeitas. Você acha que o Circuito Mundial, chamado Circuito dos Sonhos, é realmente dos sonhos?Tudo depende de como as ondas estão. Você pode ir para qualquer lugar, e as ondas estarem ruins. Eles só têm dez dias para fazer o evento, então às vezes as ondas estão boas, às vezes não. O evento Search tem tido muita sorte. Tem gente que não acredita, mas seja lá como for que você chame isso, por algum motivo as ondas sempre estiveram boas e espero que continuem assim. O fato é que, se você tem apenas dez dias, às vezes pode ficar ruim.
Como Curren é um homem de poucas palavras, pedimos para ele resumir com uma ou duas palavras alguns dos temas:

Família? Treino
Surfe?
Praia
Amigos?
Feliz
Competição?
Camiseta de lycra
Kelly Slater?
(um avião sobrevoou o local no momento) Voando
Carissa Moore?
Jovem
Brasil?
Grande
Perfeição?
Dois. O número dois
surfe Tom Curren (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)
Tom Curren: o mundo do surfe a seus pés.
 

Brasileiros dominam a reta final da Masters; Curren vira, mas se despede

Victor Ribas segue invicto, assim como Michael Ho, na Grand Masters. Campeões do Mundial serão conhecidos neste domingo, no Arpoador

Por Gabriele Lomba Rio de Janeiro
Surfe Tom Curren Mundial Masters (Foto: Fabio Minduim)
Tom Curren foi eliminado (Foto: Fabio Minduim)
Foi um dia longo, novamente de poucas ondas e com tom de despedida para a maioria. O australiano Gary Elkerton, tricampeão do Mundial Master, abriu mão da última bateria: já não tinha chance matemática de se classificar. Em sua categoria, a Masters (de 36 a 49 anos), quem brilhou mais uma vez foi Victor Ribas, invicto com cinco vitórias. Ele comandou o sexto brasileiro rumo às quartas de final. Maior estrela do campeonato, o americano Tom Curren arrancou uma virada nos últimos minutos, mas acabou eliminado: apenas os oito melhores da fase de classificação avançaram. O campeonato termina neste domingo, no Arpoador.
Entre os campeões mundiais que se despediram, além de Curren, estavam Derek Ho e Mark Occhilupo. Na Grand Masters, Peter Townend caiu, mas Wayne Bartholomew e Shaun Tomson se garantiram.

- Estou feliz por estar aqui, só queria que as ondas tivessem um pouco melhores - disse Tom, depois de conseguir uma nota 7,00 e superar Peterson Rosa, Ricardo Toledo e Richie Collins.
Além de Vitinho, passaram às quartas os também brasileiros Guilherme Herdy, Renan Rocha, Fábio Silva, Fábio Gouveia e Peterson Rosa. O americano Shea Lopez e o australiano Nathan Webster completam o time da Masters.
Surfe Victor Ribas Mundial Masters (Foto: Fabio Minduim)
Victor Ribas avançou às quartas de final do Mundial Master na Praia do Arpoador (Foto: Fabio Minduim)
Para garantir que os surfistas disputassem ao menos quatro baterias, o campeonato teve formato diferente. Na Masters foram cinco rodadas; na Grand Masters - com menos participantes -, quatro. Todos acumularam pontos de acordo com a colocação na bateria - de quatro competidores -, e os oito melhores de cada categoria avançavam às quartas.
- Eu aprendi muito com todos esses surfistas. Não apenas na forma de surfar, mas em atitude dentro d´água também. Brasileiro é esfomeado de onda. Muitas vezes a gente vê uma onda boa e não tem educação - disse Vitinho.
“Camaradagem”, por sinal, foi o que não faltou no Arpoador neste sábado. Richiel Collins surfou com a prancha de Brad Gerlach. Terry Richardson usou uma de uma escolinha carioca. Tinha experimentado na véspera e resolveu repetir na competição.
Na Grand Master, para surfistas de 50 anos ou mais, o havaiano Michael Ho, pai de Coco Ho, foi o único invicto nas quatro baterias.
Irmão de Michael, Derek, na categoria Master, desistiu da última bateria. Ele, que perdeu a primeira das cinco rodadas por W.O., não tinha mais chances. Na primeira deste sábado, surfou usando um boné.

Quartas de final da Masters - de 36 a 49 anos:

1. Shea Lopez EUA x Nathan Webster AUS
2. Victor Ribas BRA x Fábio Silva BRA
3. Fábio Gouveia BRA x Renan Rocha
4. Peterson Rosa BRA x Guilherme Herdy BRA
Quartas de final da Grand Masters - 50 anos ou mais:
1. Cheyne Horan AUS x Glen Winton AUS
2. Shaun Tomson AFS x Iain Buchanan NZL
3. Wayne Bartholomew AUS x Terry Richardson AUS
4. Michael Ho HAV x Simon Anderson AUS