Entre lançamento de CD e filme, dono da etapa brasileira do Circuito Mundial vibrava com as ações da polícia carioca: ‘Hoje me sinto mais seguro aqui’
Entre uma e outra viagem para divulgar seu novo CD, Teco Padaratz, em Florianópolis, sentado no sofá de casa e ao lado da mãe, assistiu pela TV à ação da polícia no Complexo do Alemão, no fim do ano passado. Era um alívio para quem ainda oscilava entre a certeza de ter tomado a decisão comercial correta e o medo de expor a elite do surfe aos possíveis riscos de uma metrópole. A pacata Imbituba, que recebeu a etapa brasileira por oito anos, ficou pequena. O Rio de Janeiro, então, aproveitou a onda das Olimpíadas de 2016 para voltar a ser o Brasil no calendário do Circuito Mundial. O Rio Pro começa nesta quarta-feira, e o SporTV.com transmite ao vivo.Teco em uma cobertura, a poucos metros do palanque (Foto: Gabriele Lomba / Globoesporte.com)
- Vi que era hora de passar para outro estágio. Romário que me desculpe, mas o Rio é o cara. Tive medo da violência sim, mas hoje me sinto mais seguro aqui do que naquela época – diz Teco, lembrando-se de 2001, último ano em que a cidade recebeu um campeonato mundial (em 2002 a etapa foi em Saquarema).Leia mais notícias de surfe
Desde 2009 havia pressão de patrocinadores para que a etapa fosse transferida. Imbituba carregava o surfe nas costas a duras penas. A cidade não comportava, por exemplo, boa conexão de internet, condição necessária para um campeonato com transmissão em todo o mundo.
- Lá em Santa Catarina também é mais difícil conseguir parceiros.
Teco Padaratz na Indonésia, um dos lugares que
estarão em seu filme (Foto: Divulgação)
O principal parceiro de Teco foi o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Eles se conheceram na época em que a etapa ainda era na cidade. A federação de surfe local, em briga política, ameaçava não pagar as premiações. Para que o país não passasse por essa vergonha, o surfista recorreu ao então “prefeitinho” da Barra.estarão em seu filme (Foto: Divulgação)
Teco passou a frequentar a casa da “Duda”, de quem sempre ouvia a promessa de levar de volta ao Rio o Mundial. Mas o catarinense tinha feito um acordo com o então governador de seu estado. No ano passado, com o fim do mandato, aceitou a proposta.
- O Brasil é galera, é entusiasmo. Nunca vai se comparar à qualidade de ondas como Pipeline e Teahupoo, mas podemos mostrar que temos ondas boas sim – disse.
Teco tem ficado direto no Rio há praticamente um mês. Deixa a cidade para visitar a família em Florianópolis e para divulgar o CD “Verdade Sempre”. Também acompanha a finalização de um filme sobre sua história. “Cut Back”, dirigido por Alex Miranda, vai contar a vida do surfista bicampeão do WQS. Um surfista que foi empurrado para um sonho.
Capa do CD de Teco Padaratz (Foto: Divulgação)
Ao lado de Fábio Gouveia, Teco protagonizou o projeto idealizado por Avelino Bastos e financiado por Alfio Lagnado, dois empresários do mundo do surfe. A dupla correu o mundo e escancarou as portas do Circuito Mundial para o surfe brasileiro.- Aprendi que brasileiro, para ser campeão mundial, tem que virar gringo.
Fabinho teve seu filme lançado com sucesso em 2004. O de Teco, garante o surfista, não é apenas um filme de surfe.
- O filme do Teco é mais interior, menos festa e mais drama de evolução pessoal – conta o diretor.
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