Miguel Pupo iguala Gabriel Medina e anota maior somatório do segundo dia. |
Em ondas de até 1,5 metros e melhor formação pela manhã, foram realizadas oito baterias do primeiro round e oito baterias da segunda fase do evento que é válido como etapa Prime da divisão de acesso para o World Tour.
O equilíbrio apareceu logo na abertura do segundo round, no confronto que reuniu os tops da elite mundial Jadson André e Raoni Monteiro e os aspirantes a uma vaga no WT, Jessé Mendes e Nic Muscroft.
Quem se deu melhor foi o carioca Raoni Monteiro, com o paulista Jessé Mendes em segundo e também classificado para a terceira fase, quando as baterias passam a ser disputadas em duelos homem-a-homem.
Jessé saiu na frente logo no início, com nota 7.00 em um aéreo rodando de frontside. Não demorou muito e ele viu Raoni assumir a liderança depois de detonar de backside uma esquerda da série de nota 8.50.
O aussie Nic Muscroft pouco ameaçou e ficou de coadjuvante na bateria. Jadson André verticalizou as ações e conseguiu nota 9.00 - a maior do dia - em apenas duas manobras de frontside, uma rasgada e uma potente batida na junção.
Jessé Mendes tirou leite de pedra e assumiu a liderança com 6.77 pontos em uma onda fraca e bem trabalhada. Em sua segunda onda, Raoni pulou para primeiro com boas rasgadas de nota 5.77. Jadson caiu para terceiro, precisando de apenas 4.77 para se classificar.
Para desespero do potiguar, as ondas não apareceram mais e a bateria terminou com Raoni em primeiro com 14.27 pontos, Jessé em segundo com 13.77, Jadson em terceiro com 11.17 e Nic Muscroft em quarto, com 9.16.
"As ondas estão demorando um pouco, tentei manter a calma assim como fiz lá em Saquarema. É uma tática que venho usando e deu certo. Consegui uma onda boa no começo e somei com outra onda média. Estou amarradão por ter passado", comemora Raoni.
Depois de um nono lugar na terceira etapa do WT na Barra da Tijuca e um vice-campeonato na etapa Prime de Saquarema, Raoni espera ganhar confiança para a próxima etapa do Tour, marcada para o final de julho em Jeffreys Bay, África do Sul, com um bom resultado em Imbituba.
"Quero manter esse ritmo. Estou surfando bem, minha cabeça está boa e meu corpo também. Se eu conseguir o mesmo desempenho destes últimos campeonatos já ficarei satisfeito. É importante manter a calma e escolher a onda certa em uma bateria", completa o carioca.
O brasileiro Bernardo Pigmeu também foi destaque nas mexidas ondas da Vila durante o período da tarde. Em outra bateria equilibrada, Pigmeu venceu os australianos Benn Dunn (2º), Julian Wilson (3º) e o espanhol Aritz Aranburu (4º).
Bem posicionado, o pernambucano aproveitou uma boa série logo no início para cravar nota 7.17 em uma esquerda trabalhada de backside. Pig administrou o placar e somou mais 4.37 pontos para garantir classificação à terceira fase ao lado do aussie Benn Dunn, que anotou 11.43 no total.
"Foi uma bateria disputada do início ao fim. Estava bem posicionado e dei sorte de achar aquela onda no começo. Fiquei mais firme na bateria e esperei uma onda mais consistente. A briga estava pelo segundo lugar, então fiquei observando os adversários de perto", afirma Pigmeu, que espera tirar vantagem dos duelos homem-a-homem.
"Agora muda tudo. Dá para ser mais seletivo, escolher a melhor onda e usar a prioridade. Também posso fazer um jogo de marcação diferente. Adoro surfar neste tipo de confronto e estou bem contente por ter passado", ressalta o atleta.
Os brasileiros Hizunomê Bettero e Wiggolly Dantas também avançaram ao terceiro round depois de vencerem suas respectivas baterias. Bettero somou notas 7.00 e 6.33 e classificou-se com certa tranquilidade na quarta bateria da segunda fase.
Na mesma bateria, o australiano Tom Whitaker tirou a segunda vaga das mãos do local João Paulo Abreu no último minuto. Tom conseguiu nota 5.37 em uma direita até o inside e terminou com o somatório de 8.77, contra 8.50 do brasileiro.
Também avançaram para a terceira fase do SuperSurf Internacional em Imbituba os brasileiros Yuri Sodré e Ricardo dos Santos. Além de Jadson e João Paulo Abreu, as baixas do dia foram Junior Faria, Jano Belo, Pedro Henrique, Fabio Carvalho, Thiago Camarão, Marco Polo, Rodrigo Dornelles, Flavio Nakagima, Paulo Moura e Leandro Bastos.
Restam quatro baterias para o término da segunda fase. Os brasileiros Gabriel Medina, Luel Felipe, Miguel Pupo, Leo Neves, Tomas Hermes, Gustavo Fernandes, Jerônimo Vargas, Neco Padaratz e Tânio Barreto ainda competem neste round.
Neco Padaratz rasga forte na Vila e disputa uma das baterias restantes da segunda fase. |
Maiores somatórios Miguel Pupo e Gabriel Medina cravaram o maior somatório do segundo dia do SuperSurf na praia da Vila. Ainda pela primeira fase e em ótimas condições no período da manhã, os dois somaram 16.57 pontos em baterias 100% brasileiras.
Gabriel Medina voou alto e descolou dois aéreos reverses de notas 8.57 e 8.00 para superar o catarinense Tomas Hermes (2º), o paulista Junior Faria (3º) e o paraibano Jano Belo (4º) na primeira bateria do dia.
Ele provou estar totalmente recuperado das dores nas costas causadas pelo impacto na água que sofreu na última segunda-feira, durante as quartas-de-final da etapa Prime do circuito mundial em Itaúna, Saquarema (RJ).
O atleta voltava ao outside auxiliado pela equipe de resgate quando o jet-ski bateu de frente em uma grande onda. Medina abandonou o led (suporte para carregar os atletas) e bateu as costas na água.
O surfista deixou a bateria reclamando de dores na região. "O jet acabou virando comigo lá em Saquarema, mas graças a Deus não aconteceu nada de grave. Machuquei as costas e a canela, mas já estou 100%. É sempre bom começar com vitória", afirma Medina.
Já Miguel Pupo, campeão da etapa Prime da ASP no início de maio em Trestles, Califórnia (EUA), venceu uma bateria equilibrada contra os catarinenses Neco Padaratz (2º), Marco Polo (3º) e o paulista Thiago Camarão (4º).
Neco saiu na frente com várias pancadas de backside e nota 8.70. Miguel respondeu rápido e abriu vantagem com notas 8.00 e 7.00 e depois fechou o caixão com nota 8.57 em uma longa esquerda para vencer o duelo pelo placar de 16.57 a 15.87 contra Neco.
"Minha vitória em Trestles foi muito boa, não só para mim, mas para todos os brasileiros. As ondas aqui estão difíceis, tem que escolher as certas, senão ela fica muito cheia. A estratégia é avançar bateria por bateria", diz Miguel.
O SuperSurf Internacional 2011 distribui 6.500 pontos para o vencedor no ranking unificado da ASP, além de US$ 250 mil de premiação total, sendo US$ 40 mil para o campeão da disputa na praia da Vila, Imbituba.
Uma nova chamada acontece nesta quarta-feira às 7 horas (horário de Brasília). Clique aqui para ver o evento ao vivo.
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