Ele tem 23 anos e, desde os 17, é pago para correr o mundo atrás de ondas perfeitas. Mas, nos últimos meses, o perfeito ficou pequeno. Pedro “Scooby” Viana entrou em um desafio maior. Bem maior. Começou a se arriscar em ondas gigantes, com a ajuda de dois especialistas: Carlos Burle e Felipe "Gordo" Cesarano. A estreia no tow-in, surfe puxado por jet-ski, foi em Teahupoo, a praia dos crânios quebrados. E não teve nem direito a ensaio. Curtia a lua de mel em Bora Bora com a atriz Luana Piovani quando soube da ondulação que chegava ao Taiti. Se ela ficou chateada?
- Abandonei tudo. Ela me deu maior força. Qualquer outra mulher poderia falar “Não acredito que vai me abandonar no meio da lua de mel”. Mas ela me apoiou. Foi para a Califórnia e me esperou lá. Ela não gosta de assistir ao vivo. É melhor ver só por foto. Fica bonito - ri.
No fim da adolescência, cansado de competir em ondas ruins, Scooby decidiu virar freesurfer. Hoje, só disputa os campeonatos que tem vontade. Já a paixão pelas ondas grandes surgiu meio por acaso, no ano passado. Ele estava em Puerto Escondido, no México, quando se viu diante de uma oportunidade de ouro. E a encarou. Surfou uma das maiores ondas de uma sessão épica e, com ela, concorreu a dois prêmios conceituados. Era a senha de que estava remando para o lado certo.
- O freesurfer não é reconhecido pelo título que ganha, e sim pelo talento. Roda o mundo atrás das melhores ondas. O big rider, além disso, roda o mundo buscando as maiores ondas. Não posso dizer que sou um big rider. Sou um freesurfer. Gosto de fazer de tudo. Sempre me destaquei por causa dos meus aéreos, mas quero ser um cara completo.
Viajar a lugares paradisíacos em busca de ondas perfeitas. É o emprego dos sonhos?
- Sim e não. Eu vou do céu ao inferno. Sim, eu pego as melhores ondas do mundo, vou aos lugares mais perfeitos, ganho para isso, faço o que gosto. Mas muita gente não trocaria um escritório do centro da cidade por uma onda de 50 pés (cerca de 15m) na cabeça. Tanto que o grupo de surfistas de ondas grandes é bem pequeno.
O mundo dos artistas ainda é novidade. Assusta um pouco. Mas para quem está acostumado a encarar ondas gigantes...
- Não me incomodo porque na maioria das vezes sei que não é comigo. Há assédio, claro. Não há como evitar, impedir que fiquem em cima. Tento ficar tranquilo e não ligar.
Luana e Scooby se conheceram durante o Carnaval deste ano, no Rio. Pouco tempo depois já estavam morando juntos, no Leblon. E o que antes, para ele, era apenas uma trivialidade do dia a dia passou a ser um momento, às vezes, de tensão.
- Ela não vai poder ir por causa do bebê...
- Abandonei tudo. Ela me deu maior força. Qualquer outra mulher poderia falar “Não acredito que vai me abandonar no meio da lua de mel”. Mas ela me apoiou. Foi para a Califórnia e me esperou lá. Ela não gosta de assistir ao vivo. É melhor ver só por foto. Fica bonito - ri.
Pedro Scooby no dia de surfe extremo em Teahupoo, no Taiti (Foto: Brian Billman / Divulgação) |
A sessão de Teahupoo foi especialmente perigosa (veja na reportagem do Esporte Espetacular). Maya Gabeira, que, assim como ele, estava sendo puxada por Burle, levou cinco ondas na cabeça. Felipe Cesarano, o Gordo, e Rodrigo "Koxa" também contabilizaram cortes e lesões. Bruce Irons, irmão de Andy Irons, foi outro que surfou naquele 27 de agosto. Kelly Slater, decacampeão mundial, estava ali perto, mas não entrou no mar.
- Com 23 anos peguei uma onda que muita gente vai embora dessa vida sem pegar. Vai marcar minha carreira pelo resto da vida - conta Scooby, que participará do programa da TV Globo "Nas Ondas 3".Muita gente não trocaria um escritório por uma onda de 50 pés (cerca de 15m) na cabeça"
Scooby
- O freesurfer não é reconhecido pelo título que ganha, e sim pelo talento. Roda o mundo atrás das melhores ondas. O big rider, além disso, roda o mundo buscando as maiores ondas. Não posso dizer que sou um big rider. Sou um freesurfer. Gosto de fazer de tudo. Sempre me destaquei por causa dos meus aéreos, mas quero ser um cara completo.
Viajar a lugares paradisíacos em busca de ondas perfeitas. É o emprego dos sonhos?
- Sim e não. Eu vou do céu ao inferno. Sim, eu pego as melhores ondas do mundo, vou aos lugares mais perfeitos, ganho para isso, faço o que gosto. Mas muita gente não trocaria um escritório do centro da cidade por uma onda de 50 pés (cerca de 15m) na cabeça. Tanto que o grupo de surfistas de ondas grandes é bem pequeno.
Casal em lua de mel (Foto: Arquivo pessoal) |
Na vida pessoal, Scooby também está em uma nova fase. Completou 23 anos no mês passado e, neste, recebeu a notícia de que será pai.
- Fiquei emocionado. Sou um cara muito família. Quando você é uma pessoa assim, sempre imagina encontrar uma mulher que ame e construir uma família.O mundo dos artistas ainda é novidade. Assusta um pouco. Mas para quem está acostumado a encarar ondas gigantes...
- Não me incomodo porque na maioria das vezes sei que não é comigo. Há assédio, claro. Não há como evitar, impedir que fiquem em cima. Tento ficar tranquilo e não ligar.
Luana e Scooby se conheceram durante o Carnaval deste ano, no Rio. Pouco tempo depois já estavam morando juntos, no Leblon. E o que antes, para ele, era apenas uma trivialidade do dia a dia passou a ser um momento, às vezes, de tensão.
Durante o Rio Pro, em maio (Foto: Gabriele Lomba ) |
- Eu me incomodo quando quero ficar só eu e ela e invadem esse momento. Você está passeando na rua e tentam invadir a sua privacidade. Não é uma coisa legal você descer para comprar um jornal e vir alguém fotografar. Nunca fui desse meio. Vivo no mundo do surfe. Não virei um artista, nada disso. Ela continua sendo atriz, respeito o trabalho dela, e ela respeita o meu - conta o surfista que, em breve, terá um programa em um canal de TV por assinatura.
No fim do ano, Scooby vai para o Havaí. Sonha conhecer a mítica onda de Jaws, na ilha de Maui. Luana, de novo, acompanhará apenas de longe. Por fotos.- Ela não vai poder ir por causa do bebê...
Pedro Scooby voltará a Pipeline no fim do ano(Foto: Divulgação) |
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